O que é Catarata?
A catarata decorre de uma diminuição progressiva de transparência do cristalino, que é uma lente natural responsável por corrigir cerca de 20 graus no nosso olho. Por ser uma lente biconvexa, o cristalino converge a luz que entra no olho para a retina, estrutura onde se forma a imagem que vemos.
Os sintomas mais comuns da catarata são a perda de nitidez das imagens e a percepção de uma espécie de “névoa” diante dos olhos. Ofuscamento fora do habitual principalmente com os faróis dos automóveis e contra o sol também são frequentemente relatados.
Com sua evolução, além da qualidade visual, a pessoa começa a apresentar também perda da quantidade visual.
Nestas situações, antecipe sua consulta com o Oftalmologista que é o profissional habilitado para identificar se você tem catarata ou outra doença afetando sua visão e assim indicar o tratamento adequado.
A Academia Americana de Oftalmologia disponibiliza um simulador que ilustra aproximadamente o que ocorre com a visão com a progressão da Catarata.
Tipos de Catarata
A catarata tem maior prevalência em indivíduos com idade mais avançada. Entretanto, não chega a ser uma regra. De acordo com o tipo, a ocorrência pode se dar em outras fases da vida. Suas origens também são diversas.
Catarata senil – é a forma mais comum e atinge pessoas a partir dos 50 anos de idade. Surge por meio do envelhecimento natural do cristalino. Neste caso, a lente do olho vai ficando cada vez mais opaca, perdendo sua transparência gradativamente.
Catarata Congênita – deve-se a condições genéticas ou pode também estar associada a infecções contraídas pela mãe durante a gestação, como a rubéola, sífilis e toxoplasmose. Para um diagnóstico precoce é recomendável o teste do olhinho logo após o nascimento do bebê.
Catarata traumática – Surge após algum evento traumático como lesão ocular, perfuração, ou em decorrência de algum tratamento que envolva radiação.
Catarata secundária – Provocada em função do estilo de vida do paciente ou doenças correlacionadas: exposição intensa a raios ultravioleta, terapia de reposição hormonal, alcoolismo, hipertensão, obesidade, tabagismo, diabetes etc. O uso excessivo de medicamentos, principalmente anti-inflamatórios e corticoides também é considerada uma das origens desta patologia.
Exames para Diagnosticar Catarata
O diagnóstico da catarata é essencialmente clínico, realizado no consultório, através de uma consulta de rotina. Pelo teste de acuidade visual o oftalmologista irá avaliar a quantidade visual atingida pelo paciente e, através do exame de lâmpada de fenda, o médico pode avaliar a parte interna do olho para identificar possíveis problemas no cristalino e classificar a catarata de acordo com seu tipo e sua graduação.
Após feito o diagnóstico, exames complementares são realizados para programar a cirurgia.
Entre eles a biometria, com o objetivo de calcular a lente que será implantada no procedimento cirúrgico e a microscopia especular de córnea, para avaliar se o endotélio (camada mais interna da córnea) está saudável para ser submetido ao procedimento cirúrgico com baixo risco de descompensação da córnea (ocasionando o edema pós cirúrgico).
Tratamento - Cirurgia da Catarata
A partir do momento que a deficiência visual for suficiente para reduzir a qualidade de vida, deve-se considerar a correção cirúrgica da catarata, que é hoje a única forma de tratamento eficaz para a doença.
A qualidade de vida encontra-se prejudicada quando for necessário abandonar as atividades rotineiras devido a baixa da visão. Por exemplo:
- Deixar de ler, coisa que gostava de fazer anteriormente;
- Abandonar a direção do carro por sentir-se inseguro, principalmente quando há sol forte ou à noite;
- Abandonar progressivamente o convívio social pois a baixa visual torna-o incapaz de acompanhar as atividades do grupo.
Como é a cirurgia da Catarata?
A cirurgia da Catarata, denominada Facoemulsificação, tem o objetivo de
substituir o cristalino natural que deixou de ser transparente e substituí-lo por uma lente artificial, restabelecendo a transparência necessária para uma boa visão.
A cirurgia é feita, na grande maioria das vezes, com anestesia local e uma sedação.
Passo a passo:
- Inicialmente é realizada uma microincisão próxima à córnea para permitir o acesso ao interior do olho.
- O cristalino é dissolvido pela energia do ultrassom e em seguida aspirado
- Uma lente intraocular é então implantada, geralmente no saco capsular, que é o local onde o cristalino ficava posicionado.
A recuperação cirúrgica costuma ser rápida, podendo o paciente já no dia seguinte ler, usar o computador e ver TV. Com o passar dos dias a visão tende a melhorar gradativamente até uma estabilização.
As restrições em geral se referem principalmente ao esforço físico e exposição à água (como mergulhos em piscinas e mar).
A lente intraocular escolhida pelo médico em conjunto com o paciente influenciará na necessidade de óculos para longe, perto ou ambas as distâncias, após a cirurgia.
Quais são os tipos de Lentes Intraoculares?
Na cirurgia de catarata por facoemulsificação, após a retirada do cristalino é implantada uma lente intraocular (LIO) no lugar que, anteriormente, era ocupado pelo cristalino natural.
Essa lente intraocular possui uma determinada potência, calculada nos exames pré-operatórios (biometria) e que substitui os óculos para a distância de longe em alguns casos.
Atualmente, existem vários tipos de lentes para cirurgia de catarata, entre elas:
- Esféricas: foca os raios de luz em único ponto e corrige apenas miopia e hipermetropia, geralmente melhorando significativamente a visão para longe.
- Asféricas: Maior nitidez que as esféricas, porém também se limitam à correção da miopia e hipermetropia, melhorando a visão para longe.
- Asféricas Tóricas: Indicada para pacientes com astigmatismo por ter a capacidade de corrigir além do grau esférico (miopia ou hipermetropia) também o astigmatismo corneano.
- Asféricas Multifocais: Além de melhorar a visão para longe, também reduz a
necessidade do uso de óculos para perto. - Asféricas Tóricas Multifocais: Além das vantagens da lente descrita anteriormente, corrige também o astigmatismo, quando presente.
Difícil escolher a melhor lente?
Ninguém melhor que seu médico Oftalmologista de confiança para ajudá-lo a decidir, naturalmente após um minucioso exame oftalmológico e questionário detalhado.
É necessário lembrar que a satisfação do paciente não depende apenas da execução precisa da parte técnica pelo médico, mas também da expectativa do paciente corresponder exatamente ao que a cirurgia pode proporcionar.
Isto só é atingido quando há uma relação médico-paciente muito bem estabelecida.